Ocupação sustentável, tecnologia para facilitar acesso barato a imóveis e inovação são tendências na construção civil

Tecnologia para facilitar acesso barato a imóveis, ocupação sustentável e inovação são tendências na construção civil. As ideias foram apresentadas durante a Construa – Feira de Construtechs, realizada pelo ambiente de inovação da construção civil de Curitiba, sob coordenação do Sebrae/PR.

Um evento para empresários, diretores e executivos da construção civil, com 46 palestrantes, 17 startups, três palcos, mil metros quadrados de estrutura e muitas oportunidades de networking.

Os números são da Construa – Feira de Construtechs, realizada por um grupo de 75 pessoas do ecossistema de inovação da construção em Curitiba que desejam inovar, criar novos materiais, gerar conhecimentos e abrir novos modelos de negócios.

Sob a coordenação do Sebrae/PR, o evento aproximou protagonistas de empresas tradicionais da construção civil, mercado imobiliário e startups que estão desenvolvendo essas novas tecnologias, as construtechs.

O momento pede movimentação. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor apresentou os melhores indicadores de atividade e de emprego desde 2012.

O foco foi criar um movimento para que as construtechs, proptechs e greentechs de Curitiba já conectadas pudessem construir novas parcerias em 2020.

“A Construa 2019 foi um evento importante para marcar o calendário da construção civil, pois é resultado de um movimento inovador, conhecido como ecossistema de inovação. Conseguimos mapear e organizar os atores locais, definimos papéis, responsabilidades e ações integradas.

A formação de uma governança foi o destaque do fim do evento, uma grande conquista para dar continuidade ao trabalho desenvolvido”, explicou a coordenadora da indústria do Sebrae/PR, Adriana Kalinowski, referindo-se aos novos rumos do grupo, que passa a ser liderado pelo empreendedor Avelino Mira, da Incubadora de construtechs e proptechs Cinco.

“Em 2020, queremos ter a aproximação de outras imobiliárias e de players do ecossistema, mas que ainda não estão conosco, como cartórios, fundos de investimentos e agentes imobiliários, para que haja um crescimento com sustentabilidade nesse segmento. Queremos promover a interação entre as partes para que possam surgir novas soluções para o mercado”, propôs o empresário.

 

 Inovação para utilizar o que é público e para entrar nos espaços privados

 

A Construa teve também rodadas de pitching com jovens empreendedores, palestras com os grandes players do setor de construtechs, rodadas de discussão com construtoras e incorporadoras que trabalharam com alguma forma de inovação, e feira de startups como soluções para o setor, como a Chavi, que desenvolveu uma fechadura eletrônica digital mais acessível financeiramente do que as opções atuais de mercado, e com novas características, como a facilidade de dispensar a instalação na porta, podendo ser acoplada à fechadura já existente.

“É possível fazer o gerenciamento dessa chave por seu celular. Você pode liberar o acesso de sua casa, por exemplo, para uma visita imobiliária, permitindo que o corretor entre por um determinado período do dia. É um sistema seguro, com tecnologia criptografada, que permite a abertura da porta apenas para quem acessa aquele código num horário determinado, e que tem um modelo de negócios que barateia o processo, com apoio de imobiliárias num primeiro momento”, explica o empresário Gustavo de Paula.

Os espaços urbanos também foram visitados durante a Construa, sob o olhar e a condução das arquitetas Bárbara Becker e Vivian Brune. A dupla chamou a atenção para o número de lotes vazios em Curitiba – que é quatro vezes maior do que o número de parques e praças na cidade.

“Apesar do orgulho por seus parques, Curitiba possui muitos terrenos vazios, que geram insegurança. Esses lotes ociosos, geralmente sem uso há décadas, permanecem sem atividade à espera de sua valorização, gerando especulação imobiliária. Nosso escritório questiona qual o limite entre o direito de propriedade de um e o direito à cidade de todos? ”, pondera. Com esse questionamento, Vivian Brune propõe, junto à sua sócia, a ocupação temporária desses espaços para atividades de jardim, lazer, esporte, cultura, gastronomia e comércio pela comunidade. Outra solução apontada pelas profissionais é a aplicação do IPTU Progressivo no Tempo, que eleva o imposto de terrenos vazios durante cinco anos até a sua desapropriação pela prefeitura.

A Construa – Feira de Construtechs foi realizada nesta terça-feira (26), no Sebrae/PR, em Curitiba, e teve a presença de 300 empreendedores de micro, pequenas, médias e grandes empresas do setor da construção civil.

 

Fonte: Tem Sustentável / Comunique-se